Antônio Boaventura
O impasse entre os servidores público e a Prefeitura de Guarulhos persiste e culminou pela manutenção da greve dos funcionários da administração pública, que se iniciou na última quarta-feira, 22. Classificado como vazio pelo governo municipal, o movimento organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública de Guarulhos (Stap) revelou que a paralisação das atividades teve maior adesão nesta quinta-feira, 23.
De acordo com o Stap, cerca de 1.400 funcionários públicos estiveram nas imediações do Paço Municipal. Contudo, os dirigentes sindicais esperam dos secretários Peterson Ruan, de Governo, Adan Kubo, da Gestão, e Ibrahim El Kadi, da Fazenda, uma nova proposta salarial para os servidores.
“A proposta tem que vir para todos. Greve não é simplesmente o fato de ter de parar. Mas, para debater, discutir e negociar as propostas que vieram. Que eles pensem com carinho nos servidores e numa proposta para o servidor encerre sua greve e volte a trabalhar e depois discutir os dias e qualquer tipo de perseguição”, declarou Pedro Zanotti, presidente do Stap.
Sem consenso entre as partes, os funcionários decidiram em assembleia manter a greve. E por conta deste cenário, os mesmos pretendem se reunir nesta sexta-feira, 24, na praça Presidente Getúlio Vargas, na região central, às 14h. Já Rogério Oliveira, secretário-geral do Stap, valorizou a crescente adesão ao movimento grevista.
“Nós temos quase todas as unidades básica de saúde presente, diversas escolas, cozinheiras e demais trabalhadores da categoria. O Fácil aderiu com 100% dos trabalhadores. Podemos dizer que temos um grande número de servidores na luta em defesa do salário. Provamos que o movimento cresceu”, apontou Rogério.
A proposta realizada pela administração prevê abono de R$ 100 nos salários daqueles que possuem remuneração até R$ 2.100,00, reajuste de 10% no Vale-Alimentação/Refeição, 21% na cesta básica, além do recebimento de uma cesta básica extra. O valor do Vale Alimentação/Refeição saltaria dos atuais R$ 495,00 para R$ 545,00 já a partir de maio e a cesta básica para R$ 140,00.
A Prefeitura, por sua vez, conseguiu liminar para que possa manter as atividades da administração com a presença mínima de 70% dos servidores em seus postos de trabalho. Caso esta determinação da Justiça seja descumprida, o Stap pode ser penalizado com multa diária de R$ 5 mil. A audiência de conciliação entre as partes no Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT-SP) está marcada para o próximo dia 30, às 14h.