Coluna Medalha de Ouro: “Quem sabe, um dia, talvez!”

Alexandre Sone

Antônio Boaventura/Diário da Bola

Com uma população aproximada de 1,4 milhão de pessoas, segunda maior cidade do estado de São Paulo, 4º PIB (Produto Interno Bruto) do território Bandeirante e o 12º do País, Guarulhos se destaca no cenário econômico nacional como um município de grande porte. No entanto, sua grandeza não se reflete na mesma proporção quando o assunto é esporte, principalmente o futebol, que ainda busca um lugar ao sol com seus representantes – AD Guarulhos e Flamengo.

Mesmo cercada de grandes empresas com atuação em diferentes segmentos da economia, os clubes guarulhenses praticamente passam despercebidos por estas e só não agonizam nas disputas dos níveis inferiores do Campeonato Paulista por que contam com ajuda de parceiros para bancar suas despesas durante a competição. Atualmente, o Corvo e o Índio duelam pela 4ª divisão estadual.

Mas, como desgraça pouca é bobagem ao se tratar das agremiações guarulhenses, o clássico local também não consegue atrair o público para acompanhar os confrontos entre os rivais no estádio Antônio Soares de Oliveira, com exceção dos jogos válidos pela Copa São Paulo que tem entrada gratuita. A média de público do dérbi é de 447 pagantes e uma renda de quase R$ 4 mil por partida. Pouco para quem almeja estar entre os grandes do futebol paulista.

Contudo, o Rubro-Negro guarulhense esteve muito próximo no ano de 2009 de conseguir este feito inédito. Campeão Paulista da Série A3 do ano anterior, o Corvo alcançou a fase semifinal da Série A2 e por muito pouco não conquistou o direito de disputar a primeira divisão do Campeonato Paulista em 2010. Não realizou esta façanha por dois motivos; a saída do técnico Edmilson de Jesus para o São José e as alterações feitas por Rafael Andrade no confronto decisivo contra o Monte Azul.

Apesar da vitória parcial de 1 a 0 sobre a equipe do interior paulista, Andrade, substituto de Jesus, decidiu mudar a estrutura do time ainda nos primeiros minutos da etapa final e assistiu a derrocada do Flamengo diante do adversário, que brigava diretamente com os guarulhenses pelo acesso. Show do polivalente Fabrício, que viria a vestir as camisas da Portuguesa, Internacional (RS), Palmeiras, Cruzeiro e Vasco, e goleada do Monte Azul por 4 a 1. Fim de um sonho.

Cidades com população menor do que a de Guarulhos como Osasco (700 mil pessoas), que viu o Audax ser vice-campeão Paulista, Monte Azul Paulista (18 mil habitantes) e Novo Horizonte (40 mil pessoas) já tiveram a oportunidade de acompanhar seus representantes na principal divisão do futebol paulista e até a vê-los desfilando pelo Brasil a fora por divisões inferiores do Campeonato Brasileiro.

Em relação ao Índio guarulhense, que sempre esteve envolvido na disputa do último nível do futebol estadual, não temos muito o que falar. Vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos desta saga dos guarulhenses em buscar de patamares mais elevados no cenário futebolístico. Quem sabe, um dia, talvez, isso possa se tornar realidade!

RESPONDER

Digite um comentário
Digite o nome por favor