Em época de Copa, mural na Brasilândia homenageia futebol feminino

Rovena Rosa/Agência Brasil

Agência Estado

Para homenagear a Seleção Brasileira Feminina de Futebol, que estreia na Copa do Mundo neste domingo, 9, um muro na Brasilândia, na capital paulista, foi pintado por três grafiteiras. O mural foi feito em conjunto pelas artistas Sarah Lörenk, Clara Leff e AFolego.

“Quando tem a Copa masculina, todo mundo naturalmente celebra, comemora, quer pintar as ruas. Quer deixar de trabalhar para ver os jogos. A nossa ideia era manifestar o mesmo entusiasmo pela nossa seleção feminina”, disse Sarah Lörenk.

“Nós três juntas pensamos em algo que pudesse representar não só as jogadoras, mas a torcida também e a mulherada que vai para o estádio, que gosta de futebol”, afirmou AFolego.

“A primeira coisa que pensamos era não retratar nenhuma jogadora especificamente para que todas as mulheres pudessem se identificar ali, se sentir representadas. Portanto, eu, apesar de fazer realismo, atentei-me para que a personagem não parecesse nenhuma jogadora. Decidimos fazer todas com uma expressão bem séria, concentrada, para passar a ideia de que jogo de mulher é papo sério também”, disse Clara Leff.

O novo mural cobriu a antiga pintura, que homenageava o futebol masculino e que era sempre renovado pelo artista Digão, o Comprimido, que mora no bairro.

“De início, o mural foi feito na Copa de 2018, na copa masculina. Conforme os jogadores iam fazendo gols, eu ia homenageando com uma pintura. Como o Brasil não foi campeão, o mural ficou parado no meio do caminho. A partir do momento em que veio a Copa feminina, nada mais justo do que a gente inovar”, disse Digão.

“Junto com as meninas, decidimos inovar o painel, agora com o tema de futebol feminino. E com mulheres fazendo o mural, o que é mais importante. São mulheres em todo canto: tanto na arte quanto no futebol”, acrescentou o artista.

“As meninas mandaram ver de verdade. Desde o início eu me perguntava: quem vão ser as artistas que vão passar por cima de uma obra minha? Quando eu vi quem eram, eu falei: pode vir que eu confio”, disse ele, que também assina um trabalho ao lado do mural das meninas, homenageando a jogadora Formiga.

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