Antônio Boaventura/Diário da Bola
O calendário de jogos do futebol brasileiro é um dos temas mais citados a cada rodada, independente da competição, por atletas, técnicos, dirigentes e demais integrantes de um clube de futebol. No entanto, pouco ou quase nada é feito por eles para amenizar os impactos causados pelo excesso de jogos realizados, em especial, pelas equipes de grande porte, que disputam as principais competições nacionais e internacionais.
Se por um lado existe o excesso, do outro há penúria. Poucos dos quase 650 clubes brasileiros contam com calendário robusto e rentável, do qual os mesmos reclamam dos esdrúxulos regulamentos, caso do Campeonato Carioca, e do alto número de jogos no ano proporcionado pela quantidade de competições que disputam. Apesar de contestarem, a cartolagem se esquece ou se finge de desentendida por conta do simples fato de atestarem isso através da impressão de suas respectivas assinaturas nos documentos que permitem este cenário.
Já os menores contam com a apenas a disputa dos famigerados campeonatos estaduais, que necessitam de forma urgente de revisões no seu formato de disputa, e no máximo uma participação no Campeonato Brasileiro da Série D, que na primeira fase permite a seus participantes o mínimo de seis partidas. Ou seja, pouco mais de 45 dias de atividade.
E o que fazer no restante do ano? Uma das alternativas é se render as pobres Copas promovidas pelas federações estaduais, que garantem a seus campeões vagas nas competições nacionais. Entretanto, pouco atraentes, muitas dessas agremiações desistem de participar e preferem a inatividade durante o resto no ano.
No ano de 2013, um movimento de jogadores surgiu para sugerir a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) um calendário com melhor distribuição de datas para que o índice de desemprego pudesse ser reduzido e proporcionar a grande parte dos times atividade durante os mais de 300 dias do ano. E mesmo com apelo dos protagonistas quase nada foi feito para evolução do calendário brasileiro.
A única coisa que é possível identificar a cada rodada é a constante reclamação de técnicos e atletas sobre a quantidade excessiva de jogos no Brasil. Mas, sem muita ação para mudar este cenário. Um clube brasileiro pode jogar o campeonato estadual, Copa do Brasil, Copa Libertadores, Campeonato Brasileiro, Copa Sul-Americana e, dependendo da região, as Copas Regionais.
Entretanto, na Europa este quadro não é muito diferente, porém, com menos queixas. No Velho Continente se joga os campeonatos nacionais, as copas, as copas das Ligas, as recopas, além das badaladas competições internacionais. Contudo, é praticamente inexistente qualquer reclamação sobre o planejamento elaborado para aquela temporada. Ou seja, falta Bom Senso ao futebol brasileiro!