Temer ficará na PF em São Paulo e coronel Lima, em presídio militar

Tiago Queiroz/AE

Agência Brasil e Agência Estado

O ex-presidente da República Michel Temer ficará preso na superintendência da Polícia Federal (PF) na capital paulista, na rua Hugo D’Antola, no bairro da Água Branca, zona oeste de São Paulo. Já o coronel aposentado João Batista Lima Filho será encaminhado a um presídio militar. A informação foi divulgada, em nota pela PF, na noite de hoje, 9.

Temer e o coronel Lima foram alvos da Operação Descontaminação, um dos desdobramentos da Lava Jato no Rio de Janeiro, que investiga desvios da ordem de R$ 1,8 bilhão nas obras da usina nuclear de Angra 3. No dia 21 de março, o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, acatou pedido do Ministério Público Federal (MPF) e decretou as prisões preventivas de ambos.

Na ocasião, eles foram levados ao Rio de Janeiro, onde ficaram detidos por quatro dias, sendo liberados em 25 de março, conforme liminar concedida pelo desembargador Antonio Ivan Athié. Nesta quarta-feira, 8, no entanto, a Primeira Turma do TRF-2 derrubou essa liminar por 2 votos a 1. A posição de Athié foi vencida pelos votos dos desembargadores Abel Gomes e Paulo Espírito Santo. 

Adequações

De acordo com o advogado de Temer, Eduardo Carnelós, a Polícia Federal está em busca de uma acomodação adequada para o emedebista, ou que se adapte uma sala para o ex-presidente. “Assim como eu insisto em dizer que a prisão é ilegal, se a lei determina que ele deve ser mantido em uma sala de Estado maior, que seja cumprida a lei”, disse.

Uma sala com estas características não está disponível ainda na PF em São Paulo. Carnelós conversou com a imprensa na saída da PF em São Paulo. Ele ficou no local por 3h30, acompanhando Temer.

O advogado repetiu que não há fundamentos para a prisão do ex-presidente e ressaltou que a sexta turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) vai analisar na terça-feira, 14, liminarmente o habeas corpus impetrado pela defesa mais cedo.

“Tenho muita confiança que esta situação não perdure por muito tempo”, disse Carnelós. De acordo com ele, Temer recebeu a nova prisão com a “indignação própria da injustiça que está sofrendo”. Carnelós ressaltou, no entanto, que ele e o ex-presidente confiam na Justiça.

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