Condomínios de SP adotam de estrutura virtual a uso de ‘vaga do pânico’

Beth Santos/Secretaria Geral da PR

Agência Estado

Adotar guaritas virtuais, usar a “vaga do pânico” ou até mesmo combinar sinais para câmeras quando estiver em risco são algumas das estratégias de segurança adotadas por condomínios de São Paulo. Para especialistas, além de investir em tecnologia, é preciso capacitar funcionários e ter boa relação com o entorno do prédio.

Responsável por administrar 12 condomínios em São Paulo, Alexandre Prandini, da Mr. Síndico, defende a adoção de guaritas virtuais. “Com a guarita física, há tendência para haver falhas. Já o monitoramento remoto é frio, então todas as regras são seguidas à risca”, diz.

Nessas, câmeras de segurança (monitoradas remotamente) e interfone (operados por call center) fazem o papel do porteiro. “O funcionário não fica exposto”, diz ele. Por sua vez, os condôminos conseguem ter acesso ao prédio, por exemplo, com leitura de impressão digital ou tecnologia de QR Code (código lido pelo celular).

Segundo Prandini, casos de invasão são facilmente identificados pela equipe responsável por monitorar a guarita, que pode acionar a polícia e avisar aos moradores – incluindo os que não estão em casa. 

Para Angélica Arbex, gerente de relacionamento com o cliente da Lello Condomínios, investir em tecnologia é importante, mas só ela não basta. “É um tripé: tecnologia, funcionários bem treinados e boa relação com o entorno. Tem muito prédio que comete o erro de colocar 25 câmeras, mas nenhum olho humano consegue acompanhar tudo isso”, afirma a especialista. “Todos os moradores e funcionários têm de conhecer os protocolos de segurança do condomínio e segui-los.”

A terceira “engrenagem”, segundo Angélica, é a segurança comunitária, como os programas de vigilância solidária. “Onde a comunidade é ativa, a segurança é maior”, afirma. “Todos esses aspectos precisam atuar conjuntamente.”

Protocolos de segurança variam com a necessidade de cada condomínio, dizem os especialistas. Em São Paulo, há casos de edifícios que espalham “botões do pânico” em todos os andares ou que permitem que o morador avise que está em risco pelo controle da garagem.

Em outros, funcionários são treinados para reconhecer sinais feitos por um condômino para as câmeras de segurança. Também é adotada a chamada “vaga do pânico”. Se alguém for detido enquanto dirige, deve entrar no prédio e estacionar em um local específico, usado só para emergências. 

Registro

Presidente da Federação Nacional dos Corretores de Imóveis (Fenaci), Lucimar Alves Elias diz que corretores e possíveis novos moradores devem ser sempre cadastrados antes de entrar. “Os dados estarão com as imobiliárias e escritórios, o que dá maior segurança nas visitas.”

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